sábado, 20 de fevereiro de 2010

Saída de João Pessoa, chegada em Pipa

Fui para o terminal de integração que é em frente a rodoviária de João Pessoa.
Aproveitando que estava ali perto (e já me esquecendo um pouco, de que deveria ir de carona) fui lá perguntar quando era o ônibus até Goianinha (tem que ir até aí, e depois uma van baratinha até Pipa).
- ah ônibus, só direto até Natal. aí você pede pra descer em Goianinha.

O cúmulo do absurdo. Você tem que pagar a passagem inteira até Natal e descer na metade do caminho.
Indignado recuperei as energias caronísticas e decidi ir pra estrada.
Perguntei pra alguns taxistas ali como chegar na BR 101.
Tinha que pegar um ônibus intermunicipal mesmo até Bayeux (uma outra cidadezinha perto) e falar pro motorista avisar quando tiver chegando na Polícia Rodoviária.

Além da PRF ser um ótimo lugar para caronas já que ninguém se arrisca a passar voado por eles, nesse ponto, há também um quebra-molas. Salve salve quebra-molas.

Para se chegar a Pipa, deve-se antes ir a Goianinha e dali tomar uma van que custa R$ 3,00 e se pega atrás da igrejinha do centro.

Fiquei uns 20 minutos tentando carona, e para um cara num Uno caindo aos pedaços. Ele estava indo pra Natal e disse que me levava até Goianinha.

A carona foi meio tensa. O cara parecia que tinha cheirado todas e toda hora estava tendo falta de ar. Parecia que ia desmaiar a todo tempo.
- bebe água aí moço, vc tá bem?
- to bem. to bem.

E quando virava pra ele tava lá roxo sem ar.
Numa hora me distraí, escolhendo música do toca-discos, e o cara caiu numa cratera.
Preferia que ele estivesse dormido, cochilado. Mas não ele tava passando mal mesmo.
- Toma agua rapaz. se vc quiser parar, pode parar, to com pressa nao.
- nao nao.. to bem.
- QUE BEM O QUE. TOMA A AGUA AIH FI.

E ele tomou.
- arrgh... garganta seca... valeu valeu. na proxima parada gente para um pouco, tomar um café. e compro uma agua pra voce.

Ele pagou um café e duas garrafas de água pra mim.
A que ele comprou pra ele, terminou em 5min depois de sairmos com o carro.

Sem água, começou a passar mal de novo. Sorte a minha.
E lá se vai minha água, em prol da nossa integridade física, vamos hidratar o motorista!

Tres garrafas de água depois, e nenhum buraco pulado, ele me deixa em Goianinha.

Dali fui procurar a van atrás da igreja e 30min depois já estava em Pipa.


***

Pipa. De noite, com mochilão nas costas, rua lotada de gente.
Pipa se parece com Búzios e sua rua das pedras, mas é mais roots. Mais hype. Mais linda.

Fui a um orelhão tentar falar com a Raquel. A menina que ia ficar na casa da Ellen em João Pessoa, mas que acabou ficando numa pousada mesmo. Sem cartão, liguei a cobrar. No meio do tuuu-tuuu-tuuu, desisti.
"Pô, sacanagem ligar pra ela a cobrar". Fui comprar um cartão de orelhão.

Visivelmente perdido, caminhando por Pipa, quando:

"Ronan?"
E vejo alguém dando meia volta. Era a Raquel! Me reconheceu pela foto do meu perfil do couchsurfing e - mais ainda - pela minha cara de perdido.

Gente finissima, me levou até uma pousada barata e arrumadinha, Vera my House (adorei o nome pra gringos) onde ela e o povo do carnaval de Recife estavam, antes de mudar pra uma em frente a praia. Só que nessa em frente a praia não havia vagas. Solução foi eu ficar na Vera. Negociando, fechei por R$ 20,00 mais café da manhã.

Deixei minha mochila por lá. E fui pra pousada em frente a praia.
O povo todo do carnaval de Recife estava lá. Uma espanholas e uma inglesa que estavam estudando na USP, Rocío, Ana e Reene. Marco o italiano - que mora em Barcelona - com espírito de Don Juan. Tito, um natalense que mora em São Paulo e que dividiu apê com o Marco na espanha. A Martina, uma austríaca que está viajando sozinha pela América do Sul, e a Raquel.

As meninas fizeram crepes, e Marco, sangria.
Pela sangria (e pela atuação Donjuanística de Marco) conhecemos duas chicas de Porto Alegre, Darliza e Dani. Que ao princípio se mostraram um tanto blasé, mas depois, encantadoras. E o parecer não foi juízo pós-sangria. Portoalegrenses muito doidas: "ahhh ninguém conhece a gente mesmo aqui uai! rio grande do norte!! uhulllll!!" e saíam dançando forró, hora air-forró ou com quem aparecesse.

A noite em Pipa é internacional. Se você ao menos não maneja bem o inglês, você ainda pode usar a desculpa da linguagem universal (loooove, looooove... love is all you need) e tentar um approach.


O lance é tomar cerveja na rua, calibrar. Se estiverem por lá, comprem com a tia da cerveja. Ela é gente fina e vai te contar muitas histórias de Pipa antes do boom turístico. No final ainda ganhei duas cervejas. Sabe como é né... ajudei no marketing... e a segurar o guarda-chuvas, no toró que caiu lá.

No sábado a noite bomba. Tem bar de samba, bar de rock, bar de eletro e bar de MPB.




Só sei que sem nem ao menos ver o mar - e olha que mar pra mineiro é importantíssimo - já me apaixonei, de cara, por Pipa.

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