quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ouro Preto (fail) again

Puta que pariu!
Como eu poderia imaginar que três caras conseguiriam chegar facilmente em Ouro Preto!
OBVIO QUE NÃO!!
Totalmente fail!

A viagem mais cansativa de carona do século!
Chegamos sim, mas sofremos!
A gente sofre mas se diverte, porém... creio.

Ah mas estamos em Ouro Preto... agora só alegria.
Dois dias para chegar aqui...
Pô vai parecer que eu escrevo essas coisas para desmotivar as pessoas a viajarem de carona. Não! É super sustentável e você ainda faz amigos.

Mas lembre-se que sempre se conta com um tanto de sorte. Um conjunto de fatores, obviamente, auxiliam numa maior sorte. Um deles, não é viajar a três.
Resumindo um pouco a pequena saga: JUIZ DE FORA - OURO PRETO

1o dia - JF - BARBACENA


Primeiro, acordamos muito tarde. Chegamos no ponto de carona umas 3 e meia da tarde, no posto Graal, depois do bairro Barreira do Triunfo. É muito longe, então demoramos um tanto no ônibus. Teríamos que sair dali num carro direto para Ouro Preto, antes que escuressesse ao menos.

Uma hora depois, de muito revezamente no dedão (de vez em quando um da gente ia se esconder... essa tática funciona) decidimos os três tentarmos ao mesmo tempo, porém em pontos diferentes da estrada.

Fucionou! Um carro parou, perguntei se poderia levar mais três. O cara disse que sim, só que não teria lugar para as malas. Enlatados, seguimos.

Chegamos e já estava quase escurecendo. Foda, três caras, de noite! Nunca parariam. Mas esse pensamento tinha que ser eliminado. No fundo acredito na Lei da Atração, é uma baboseira gigantesca... mas tenho que acreditar nessas situações para não me desmotivar!

Não sabíamos direito onde pegar carona, ficamos no Nosso Pão de Queijo, mas nada. Nem caminhoneiros nem nada. Três caras! De noite!

Eu nunca pararia! Aí outro ponto importante a se pensar, que utilizo quando pego caronas. O pensamento simples e lógico: "Eu pararia o carro para mim?".
Por muitas vezes a resposta é Não. Mas tento não parecer na maior parte das vezes que sou um marginal ou assaltante. Sorria sempre, e faça a barba.

Custamos a compreender que estávamos fodidos.
Num ponto longe do centro, sem dinheiro e eu com um celular novo, sem meus contatos (havia perdido após uma festa na qual fui de Gandhi).

Fail. Totally fail. A hundred times fail.



Insístiamos em vários pontos da rodovia. E a hora ia passando.
Havia algumas putas por perto, e algumas vezes quando um caminhão parava, iludia-me que era para nós. As putas tinham uma grande vantagem.

Tínhamos duas opções.
Pegar um ônibus até Lafaiete, e de lá pra Ouro Preto.
Dormir por lá, e sair no dia seguinte bem cedo.

Abandonamos a idéia de caronar definitivamente.
E eu que queria incutir a sustentável idéia de viajar de carona no Alex e no Xabi, fui bastante eficiente no oposto! Acho que nunca mais iriam caronar pra qualquer lugar que seja.

Mas, sempre digo, caronar é incerto!

Fomos para a rodoviária, que ficava ali pertinho.
E para a minha pergunta de quando sairia o próximo ônibus para Ouro Preto ou Lafaiete, a resposta: "meu querido, só amanhã."

Ótimo.

A primeira e mais segura e confortável opção já estava completamente descartada.
Teríamos que trabalhar, agora, a segunda para que ela se tornasse também uma opção confortável, e acima de tudo segura.

Eu havia perdido meu celular algumas semanas atrás (fui de Gandhi numa festa, sem bolsos... e me alcoolizei... tsc tsc) e o meu novo não tinha quase nenhum contato. E como não havia contado com o imprevisto (sempre conte com imprevistos!) não peguei o número de ninguém que morasse em cidades pelo caminho até Ouro Preto.

Solução temporária encontrada: Beber.
Teríamos muito tempo pra isso.

E enquanto isso, no Nosso Pão de Queijo esperaríamos alguém para abordar pessoalmente e perguntar se nos levaria.



Ninguém.

Dormir na rodoviária não é algo agradável. Definitivamente, mas é algo que pode ocorrer quando nos propomos a essa forma de viajar.
A a maldita rodoviária de Barbacena então é o lugar que mais faz frio em Barbacena!

E porque - maldição - não fazem bancos inteiriços! Os bancos eram aqueles de sala de espera, cadeiras independentes unidas por uma barra de ferro, cumprem efetivamente a sua real e única função que é servir de assento, mas para dormir é algo BEM desagradável.

Frio dos infernos. Meio bêbado com uma pinga terrível. E deitados em bancos de consultório.

Todos os meus casacos, duas calças e leves doses de Tangirú, me mantinha aquecido.

Alex, precavido, tinha uma manta metálica para emergências, e se enrolou naquele papel alumínio gigante.

Xabi se enrolou numa toalha de banho. E usava meu gorrinho peruano.

Chamávamos atenção.

Bêbados se aproximavam, um deles nos presenteou com balinhas. Ofereci um gole de Tangirú, mas ele disse que estava parando de beber, muito embora entregue pelo seu imenso odor de álcool proveniente da transpiração. Não devia gostar da Tangirú. NINGÚEM DEVE BEBER TANGIRÚ!

E nesse cenário, dormimos.

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